Cristine Oliveira, acadêmica do 3° semestre de Relações Internacionais 

Ficha técnica:  

Ano: 2012

Diretor: Chris Renaud e Kyle Balda

Distribuidora: Universal Pictures

Gênero: Animação

País de origem: Estados Unidos

A animação “O Lorax: Em busca da trúfula perdida”, apresenta a trajetória de Ted, um menino de 12 anos, o qual sai em busca de uma árvore para realizar o sonho de Aubrey, a menina por quem é apaixonado. O filme, por mais que seja voltado para o público infantil, traz reflexões interessantes acerca do capitalismo e de temas como degradação do meio ambiente e alienação.

A jornada de Ted, começa, a partir do momento em que ele descobre o interesse de Aubrey em árvores, mas não aquelas artificiais que estão espalhadas por Sneedville, e sim, as que um dia existiram, mas foram desmatadas em nome do “desenvolvimento” da cidade. Sneedville, a cidade em que o protagonista vive, é repleta de propagandas e elementos artificiais, a água é contaminada e o ar é extremamente poluído. A poluição do ar, obriga os moradores a comprarem ar puro da empresa O’Hare, que possui um controle extremo dessa sociedade, afetando diretamente a vida dos indivíduos.

Após iniciar sua busca pela árvore, Ted vai parar do lado de fora do muro que cerca a cidade. O cenário que ele encontra é de devastação, o céu é acinzentado e não há uma vida se quer, a não ser por “Umavez-ildo”, um senhor que mora na única casa daquele lugar. Ele decide contar sua história para o protagonista, e explicar a origem de toda a miséria daquele lugar. Umavez-ildo era um jovem ambicioso que sonhava com a popularização do seu produto multifuncional, o sneed, feito com os tufos da trúfula. Ao encontrar a floresta, o jovem se instala na região e começa a explorá-la, no entanto, ele entra em conflito com o Lorax, o guardião da natureza, que o alerta sobre a importância daquele lugar para os animais que ali vivem, porém, o jovem pensando apenas em si, na rapidez da produção e no lucro, ignora tudo e segue explorando. Os anos de produção de sneed, levaram ao desmatamento completo da floresta e uma poluição tremenda do ar, consequentemente, não tendo mais como lucrar com as árvores, Umavez-ildo vai a falência. É nesse contexto, que O’Hare inicia seu plano de vender ar puro engarrafado, para ele, a não existência de árvores, a poluição gerada pelas fábricas e a alienação da população, são fundamentais para a perpetuação do seu monopólio, logo, a reinserção das árvores na cidade, por Ted, é inadmissível.

Trazendo um olhar crítico à obra, é possível relacioná-la com a Teoria Marxista das Relações Internacionais. De acordo com o filósofo alemão Karl Marx (MARX, 1983 p.529-530 apud ANDRIOLI, 2009 p. 3), “[…] a produção capitalista somente desenvolve a técnica e a combinação do processo de produção social na mesma medida em que destrói as fontes de toda a riqueza: a terra e os trabalhadores”. Dessa forma, assim como demonstra a animação, a exploração desenfreada da natureza, motivada pelo lucro, resulta na degradação do meio ambiente, causando impacto não só na vida dos animais que existem naquele habitat, como também, na vida dos seres humanos.

Logo, conclui-se que “O Lorax: Em busca da trúfula perdida”, é um filme interessante para analisar as consequências que o sistema capitalista traz, ao meio ambiente, além de passar uma mensagem acerca da necessidade do esforço coletivo para combater os avanços do capitalismo.

Referências: 

‌ANDRIOLI, A. I. A atualidade do marxismo para o debate ambiental. Revista Espaço Acadêmico, v. 9, n. 98, p. 01-08, 2 jul. 2009.