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A taxa de juros refere-se à taxa básica de juros sob os empréstimos estabelecida por um país e desempenha uma grande relação sobre a dinamização da economia real, pois afeta na movimentação do mercado interno e externo, devido às novas possibilidades de investimentos e ao aumento do consumo das famílias (DOWBOR, 2017). Assim, impulsionando gradativamente a economia real.

Portanto, é de suma importância analisar as relações entres esses dois aspectos, com a finalidade de correlacionar com as questões e gestões econômicas do Brasil na atualidade e seus efeitos na microeconomia brasileira.

Na atualidade, o Brasil possui as taxas de juros reais mais altas do mundo (G1, 2023, online), algo que tem solicitado cada vez mais discussões acerca do seu impacto na economia brasileira. A atuação do Banco Central brasileiro em manter altas taxas de juros tem como objetivo implementar uma política monetária de combate à inflação, reduzindo a oferta de moeda na economia, medida que tem impactado negativamente no crescimento econômico do país.

No âmbito empresarial, as altas taxas de juros têm atuado em detrimento do funcionamento de diversas empresas do setor produtivo da economia. Neste caso, há de se destacar que o setor industrial é um dos principais afetados. Em decorrência das altas taxas de juros, o custo para as empresas conseguirem crédito para poder investir no aumento de sua produção torna-se mais caro, resultando em uma desaceleração da atividade econômica (PORTAL DA INDÚSTRIA, 2023, online). Desse modo, as elevadas taxas de juros têm dificultado a criação de empregos bem como a produção de bens de maior valor agregado para a economia brasileira.

Ademais, as altas taxas de juros têm sido um fator que contribui para a financeirização da economia brasileira e o aumento da desigualdade. Destarte, há de se destacar que o Brasil possui gastos elevados com o serviço da dívida, resultando em altos rendimentos para detentores de títulos públicos ao mesmo tempo que dificulta o financiamento de programas sociais (Lacerda et al., 2019), ou seja, aumenta o retorno de atores do mercado financeiro ao mesmo tempo em que cria um obstáculo para investimentos que visem atender as necessidades dos setores mais pauperizados da sociedade brasileira.

Desse modo, pode-se perceber as diferentes questões a cerca da taxa do país, abrindo debates sobre a relação desta para cada componente da sociedade, sendo baixa ou elevada. Além disso, é notável que a ação do Banco Central (Bacen) entra em divergência com as ações do governo brasileiro, abrindo possibilidades de questionamentos sobre a real intenção do Bacen e quem seria os beneficiados dessa política de elevação da taxa.

REFERÊNCIAS

Dowbor, L. (2017). O que faz a economia funcionar?. Revista De Desenvolvimento E Políticas Públicas, 1(2), 154–169. https://doi.org/10.31061/redepp.v1n2.154-16

G1. Com decisão do Copom, Brasil continua com a maior taxa de juros reais do mundo; veja ranking. G1, 3 mar 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/05/03/com-decisao-do-copom-brasil-continua-com-a-maior-taxa-de-juros-reais-do-mundo-veja-ranking.ghtml. Acesso em: 8 jun 2023

PORTAL DA INDÚSTRIA. SELIC em 13,75% desacelera excessivamente a economia, avalia CNI. PORTAL DA INDÚSTRIA, 3 mar 2023. Disponível em : https://noticias.portaldaindustria.com.br/posicionamentos/selic-em-1375-desacelera-excessivamente-a-economia-avalia-cni/. Acesso em: 8 jun 2023

LACERDA, Antônio et al. O Mito da Austeridade. São Paulo: Editora Contracorrente, 2019.