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Ao longo da história, observamos diversos cenários e interesses nas relações entres os Estados, no qual dentre seus objetivos desejava alcançar a hegemonia. Ademais, uns dos meios para se alcançar tal ímpeto é o minério, em que são utilizados para processos energéticos ou industriais, visando conquistar novos aliados ou consolidar a soberania. Sendo este o caso do lítio, pois o mesmo possibilita novas conexões interestatais e desenvolvimento interno.
O minério lítio possui relevância na sociedade, devido às suas diversas utilidades, tanto no mercado tecnológico na produção de bateria, quanto no âmbito medicinal com a produção de medicamentos, e, conforme United States Geological Survey (2023, online), há cerca de 98 milhão de toneladas desse recurso ao redor do mundo.
A região da América Latina se destaca por sua grande concentração desse minério, principalmente dentro do “Triângulo do Lítio” composto por Argentina, Bolívia e Chile, no qual detém cerca de 32 milhões de toneladas (USGS, 2023, online). Portanto, diante da necessidade desse mineral, ocorre, assim, gradativamente o avanço na extração do mesmo e surge uma nova oportunidade para a América Latina.
Atualmente, países da américa latina como México, Chile e Bolívia têm aumentado a participação do Estado na produção de lítio (BBC, 2023, online). Além disso, os governos da Bolívia e do México defendem a criação de uma organização de países produtores de lítio, com a participação de Argentina, Chile e Peru. As medidas buscam aproveitar a crescente demanda por lítio no mercado internacional, assim como defender a soberania dos países latino americanos sobre o minério e fazer com que os lucros auferidos pela exploração do minério permaneçam no país.
Sendo assim, é importante destacar a forma como a América Latina se insere no sistema internacional na contemporaneidade, recorte fundamental para compreender a motivação por trás da ação dos governos latino americanos. Segundo Boron (2020 apud Furno, 2022), nos tempos atuais, as grandes reservas de recursos naturais estratégicos na região têm sido cada vez mais cobiçados por países do norte global, fazendo com que a América Latina virasse prioridade sobretudo da política externa dos Estados Unidos, tornando a região em palco de uma disputa pela hegemonia política assim como pelo controle de recursos naturais.
Dessa forma, é explicita a relevância do lítio para as economias de países latino-americanos e a integração destes é notoriamente necessária. O lítio pode se transformar no produto de crescimento dos países latino-americanos produtores e pode-se especular uma união a nível equivalente à árabe petrolífera.
Ademais, pode-se entender um cenário futuro de maior interesse de potências externas nesse lítio, principalmente em acordos comerciais bilaterais e multilaterais, mostrando a América Latina (AL) como potencial econômico. Outrossim, pode-se compreender uma entrada gradual de outros países da AL na mercantilização do lítio, a fim de se alavancar economicamente e competir nesse nicho.
Referências;
BBC. En qué se diferencian los modelos de explotación de litio de Chile, Bolivia, Argentina y México (y qué los une). BBC, 3 mai 2023. Disponível em: https://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-65450780. Acesso em: 11 de ago 2023.
FURNO, Juliane. Imperialismo: uma introdução econômica. Rio de Janeiro: Da Vinci, 2022.
UNITED STATES GEOLOGICAL SURVEY. Mineral Commodity Summaries 2023: Lithium. Reston, Virginia: U.S. Geological Survey, jan 2023. Disponível em: https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2023/mcs2023-lithium.pdf. Acesso em: 9 ago 2023.
