
Cristine Oliveira, acadêmica do 4° semestre de Relações Internacionais
Ficha técnica:
Ano: 2003
Diretor: Jorge Furtado
Distribuidora: Columbia Tristar
Gênero: Comédia. Drama. Romance.
Países de origem: Brasil
O filme brasileiro, “O homem que copiava”, conta a história de André, jovem negro, classe média baixa, o qual mora em porto alegre e trabalha como operador de fotocopiadora. André, apaixonado por Silvia, sua vizinha, decide fazer de tudo para conquistá-la, no entanto, a falta de dinheiro se torna um empecilho, esse fator não afeta somente ele, como também os outros personagens do filme, fazendo com que eles se conectem e deem início a uma jornada com reviravoltas surpreendentes.
O longa metragem é narrado por André, ele apresenta ao expectador o seu cotidiano repetitivo, de trabalhar em uma papelaria e as dificuldades que enfrenta por receber apenas o dinheiro suficiente para ele e sua mãe sobreviverem. As situações enfrentadas pelo personagem demonstram a forma com que o sistema capitalista afeta o cotidiano dos indivíduos, André tem sua alimentação, educação, acesso à cultura e até mesmo relações sociais, limitadas pelas desigualdades produzidas pelo sistema.
Ao decorrer da trama, André busca formas de conquistar Silvia, como uma tentativa de aproximação, ele decide comprar um presente para sua mãe na loja em que ela trabalha, no entanto, por viver com o mínimo para sobreviver, ele não possui dinheiro suficiente. Por esse motivo, André decide imprimir dinheiro no seu trabalho, e a partir desse momento novos personagens, que também compartilham do mesmo desejo por dinheiro, são inseridos na narrativa. Personagens como Marinês, sua colega de trabalho, que sonha em casar-se com um homem rico, e Cardoso, amigo de André, que almeja ter um grande poder aquisitivo.
A partir das temáticas presentes na obra cinematográfica, é possível traçar um paralelo com a Teoria Marxista das Relações Internacionais. Na obra “Manifesto Comunista” (1848) de Karl Marx e Friedrich Engels, a luta de classes é determinada como a história de todas as sociedades existentes, dessa forma, o filme “O homem que copiava”, ilustra a luta de classes e o cotidiano da classe trabalhadora. A vida de André, em função de seu trabalho repetitivo e mecânico, evidencia a alienação dos indivíduos e o caráter exploratório do sistema capitalista.
Logo, conclui-se que o filme nacional, “O homem que copiava”, apresenta uma discussão sobre as mazelas do capitalismo de forma acessível ao público, utilizando uma história simples e ao mesmo tempo surpreendente, demonstrando como temas como alienação, luta de classes e desigualdade estão presentes no cotidiano da sociedade brasileira.
Referências:
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. São Paulo: Boitempo, 2010.
