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Com o advento do fenômeno “afunilamento do mundo”, que consiste no encurtamento das distâncias, as viagens tornaram-se mais acessíveis e práticas para turistas que desejam explorar outros locais e culturas. Nesse contexto, o turismo surge como uma nova oportunidade comercial, o qual o Estado pode movimentar sua economia ao oferecer aos turistas experiências culturais, gastronômica, etc. Na América latina, essa esfera comercial vem se fortalecendo, especialmente nos destinos como México, República Dominicana, Colômbia, Argentina e Brasil.
Visando captar divisas estrangeiras e dinamizar a economia local, os países da América Latina têm tomado medidas para promover o crescimento do setor de turismo. Nesse sentido, há de se destacar que as estratégias adotadas não se limitam a ações no âmbito nacional, e sim envolvem a cooperação internacional entre países latinoamericanos.
Na atualidade, o desenvolvimento do turismo mostra ser um interesse em comum nos países latinoamericanos, como visto pela adoção de uma estratégia em conjunto por Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Argentina e Uruguai. Essa estratégia visa promover “a coordenação de esforços, identificar oportunidades de negócios sustentáveis em cada país e divulgar linhas de apoio das nações para facilitar a atuação privada” (BRASIL, 2023, online).
A medida faz parte de um esforço em comum dos países membros da Rede Latino-Americana de Governos para a Atração de Investimentos em Turismo, criada em 2021, que visa apresentar oportunidades de negócios no setor de turismo na América Latina para investidores.
Sendo assim, as políticas voltadas para o turismo na América Latina estão inseridas no âmbito da diplomacia econômica, que, em um mundo globalizado, interdependente e tecnológico, visa defender os interesses econômicos nacionais no exterior bem como apoiar o mercado de um país em ações como a internacionalização de empresas, atração de investimentos diretos estrangeiros e de turistas. Por conseguinte, nota-se que:
Neste âmbito são prioritários projectos e parcerias internacionais com capacidade para criar emprego, investir em infra-estruturas e em responsabilidade social; para atrair famílias e mais empresas a nível local. A diplomacia económica de cariz municipal equaciona parcerias com outras cidades e empresas internacionais implementadas na esfera local, recebendo embaixadores, gestores de multinacionais e de comunidades emigrantes, assim fomentando relações internacionais com base numa herança histórico-cultural ou em interesses puramente econômicos (GALITO, 2012, p.4).
Além disso, a diplomacia econômica mostra-se uma ação interessante não apenas para os Estados mas também para os agentes do mercado. Sob esse paradigma, a cooperação do Mercado com o Estado proporciona para empreendedores maior credibilidade no exterior, financiamento e informação (IBIDEM), fatores que contribuem para a inserção de empresas e à atração de investimentos em um mercado internacional extremamente competitivo. Com isso, o Estado se posiciona como o estimulador do crescimento da iniciativa privada.
Por outro lado, com a inovação tecnológica dos meios de comunicação, tornou-se possível “identificar junto da sociedade civil as potenciais oportunidades ou problemas de integração das empresas num determinado contexto sociopolítico” (Galito, 2012, p. 5). A diplomacia económica, portanto, é caracterizada pela articulação complexa entre os diferentes setores da sociedade.
Nesse sentido, é inegável a importância e a necessidade de políticas voltadas para o desenvolvimento do turismo em todas as partes do mundo, e os países da América Latina demonstram a relevância dessas políticas. Além disso, a cooperação internacional em prol do desenvolvimento econômico e dessas políticas em relação ao turismo são imprescindíveis para o crescimento econômico e para a influência dos países que a adotam.
Referências
BRASIL. Ministério do Turismo. Brasil e países da América Latina apresentam rede estratégica para atrair investimentos ao turismo. [Brasília]: Ministério do Turismo, 11 set 2023. Disponível em: https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/noticias/brasil-e-paises-da-america-latina-apresentam-rede-estrategica-para-atrair-investimentos-ao-turismo. Acesso em: 23 set 2023
GALITO, Maria Sousa. Diplomacia económica–Vantagens e desvantagens. Jornadas de Diplomacia Económica. ISEG–Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, Lisboa, p. 1-21, 2012.
