Caio Farias Martins- 2º

Heitor Sena Passos – 6º

Rayana Yukari Fachinetti Inomato- 8º

Nas últimas décadas, a indústria da moda desenvolveu o modelo “fast fashion”, o qual investiram em peças que lembravam a alta costura, porém tinham custo baixo para o consumidor e um tempo de vida reduzido. Tal modelo é a resposta da indústria a tal aceleração da demanda, visando redução dos custos e a fornecer a impressão de produtos semi-exclusivos ao cliente (Delgado, 2008).

Entretanto, tem desencadeado uma série de impactos econômicos e sociais, que vão desde mudanças na dinâmica da produção, até questões relacionadas às condições de trabalho e à degradação ambiental. Destarte, torna-se necessário realizar uma análise aprofundada desse fenômeno, a fim de compreender plenamente sua extensão e buscar soluções para os desafios que dele decorrem.

Como previamente mencionado, a fast fashion surgiu como um modelo para reduzir os custos da produção e atender a demanda dos consumidores por produtos diferenciados. Segundo Porter (1993), fatores como os custos envolvidos no processo de produção, a demanda por produtos diferenciados, a qualidade das indústrias de apoio que integram o processo produtivo e o ambiente de concorrência entre as empresas influenciam na competitividade destas fazem com que as empresas busquem formas de inovar e produzir de modo mais eficiente obter vantagens competitivas no mercado internacional.

No entanto, a implementação dessa estratégia trouxe custos sociais e ambientais graves. Para reduzir os custos de produção, empresas procuram montar suas fábricas em países com leis trabalhistas flexíveis, além de fazer uso de fibras químicas como o poliéster na produção e de resultar em grande quantidade de resíduos têxteis devido ao caráter descartável dos produtos (PIUCCO, LANES, WUST, 2022). Sendo assim, ao mesmo passo em que traz lucros para a indústria da moda, a fast fashion mostra-se um modelo exploratório para a sua mão de obra e danoso ao meio ambiente.

Além disso, a fast fashion também é marcada pelo uso de estratégias de marketing agressivas nas redes sociais e pela utilização inteligência artificial para criar produtos direcionados principalmente para o público jovem (CNN 2022, online). Como consequência desse estímulo ao consumo desenfreado, a indústria da moda é atualmente o segundo setor que mais consome água no mundo e é responsável por catástrofes ambientais como a liberação de 500 mil toneladas de microfibras sintéticas por ano nos oceanos, a criação de grandes lixões clandestinos como no deserto do Atacama no Chile e pela produção de 20% das àguas residuárias globais (IBIDEM). Dessa forma, o crescimento exponencial de empresas que praticam o fast fashion denotam uma tendência preocupante de agravamento desse quadro ambiental.

Nesse viés, compreende-se as nuances e as camadas envolvidas nos impactos econômicos e sociais da fast fashion, evidenciando o impacto negativo do modelo. O lucro é visado e outras agendas mais importantes socialmente e ambientalmente são “deixadas de lado”, podendo questionar a real importância atribuída a fast fashion.

Referências:

CNN. ROUPAS DESCARTÁVEIS: NOVO PADRÃO DE CONSUMO NA ERA DO “ULTRA FAST FASHION”. CNN, 30 ago. 2022. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/lifestyle/roupas-descartaveis-novo-padrao-de-consumo-na-era-do-ultra-fast-fashion/. Acesso em: 6 nov. 2023

DELGADO, Daniela. FAST FASHION: ESTRATÉGIA PARA CONQUISTA DO MERCADO GLOBALIZADO, [s. l.], agosto/dezembro 2008. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=514051713003.  Acesso em: 28 out. 2023.

PORTER, M. E. A VANTAGEM COMPETITIVA DA NAÇÃO. Rio de Janeiro: Campus, 1993.

PIUCCO, V.; LANES PILAU SOBRINHO, L.; WUST ZIBETTI, F. O MODELO DE VESTUÁRIO FAST FASHION E SEUS IMPACTOS: DANOS AMBIENTAIS, SOCIAIS E TRABALHO ANÁLOGO A DE ESCRAVO. Ponto de Vista Jurídico, Caçador (SC), Brasil, v. 11, n. 01, p. 113–124, 2022. DOI: 10.33362/juridico.v11i01.2914. Disponível em: https://periodicos.uniarp.edu.br/index.php/juridico/article/view/2914. Acesso em: 2 nov. 2023.