
Julia Castro, acadêmica do 4º semestre de Relações Internacionais
Ficha Técnica:
Ano: 2016
Diretor (a): Gareth Edwards
Distribuição: Walt Disney Studios
Gênero: Ação, Drama, Space Opera
Países de Origem: Estados Unidos
Primeiro filme antológico da icônica franquia Star Wars, “Rogue One” revela os acontecimentos anteriores ao Episódio IV – Uma Nova Esperança, da trilogia original, lançado em 1977. Baseado em eventos referenciados no letreiro inicial de Uma Nova Esperança, a trama mostra como um grupo de combatentes da Aliança Rebelde se uniu em uma missão suicida de capturar os planos da Estrela da Morte, vencendo a repressão imperial e possibilitando uma nova esperança para a galáxia.
A trama se inicia com o cientista Galen Erso e sua família se escondendo no planeta Lah’um, quando o desenvolvedor de armas imperiais Orson Krennic chega e recruta Galen à força para trabalhar na construção da Estrela da Morte, uma super-arma capaz de destruir planetas. A esposa de Galen, Lyra, é morta durante o confronto enquanto sua filha Jyn consegue escapar e é resgatada pelo extremista rebelde Saw Gerrera. Quinze anos depois, chega aos rebeldes à notícia de que um piloto Imperial dissidente, Bodhi Rook, recebeu uma mensagem de Galen sobre uma nova arma em desenvolvimento. Agora uma adulta, Jyn é liberta da prisão imperial pela rebelião, que planeja usá-la para rastrear seu pai, descobrir como a arma funciona e lançar um ataque para destruí-la.
Com a promessa de liberdade ao término da missão, ela aceita trabalhar com o oficial rebelde Cassian Andor e seu droide imperial reprogramado K-2SO. No decorrer da missão, Jyn sofre com as perdas de seu pai e de seu mentor Saw, que antes de morrer, mostrou a Jyn um holograma de Galen pedindo que ela lute por ele e pela rebelião. Devastada, ela retorna a base rebelde para convencer os comandantes a unirem forças para atacar a base no planeta Scarif utilizando uma frota rebelde e assim obter os planos da estrela da morte, mas eles duvidam da veracidade de sua história. Sem obter aprovação dos líderes, Jyn se encontra com Cassian e outros soldados rebeldes que estão prontos para atacar a base com ou sem aprovação dos comandantes. Eles embarcam para Scarif em uma nave imperial roubada, da qual dão o nome de “Rogue One” e seguem em direção a base imperial para invadir o banco de dados e recuperar os esquemas da estrela da morte.
Por abordar a natureza da guerra e o domínio bélico, o filme se relaciona com a teoria neorrealista das Relações Internacionais, principalmente com os conceitos de poder-força e balanço de poder de Kenneth Waltz. Segundo o teórico, no sistema anárquico internacional, os Estados devem confiar nos meios que são capazes de gerar para garantir a sobrevivência, procurando meios que dispõem para alcançar estes fins como formas de aumentar a capacidade econômica, expandir o poder militar, desenvolver estratégias e buscar formas de fortalecer as suas alianças para enfraquecer seus oponentes (WALTZ, 2002). Para vencer a repressão Imperial, a Aliança Rebelde segue um caminho de decisões difíceis e pouco honradas, sem idealismo.
Para Waltz, a melhor forma de um estado poder garantir a defesa nacional é investindo no setor bélico e militar, para que possa intimidar e intervir em diversos aspectos no sistema internacional (WALTZ, 2018). Em Star Wars, a estação espacial Estrela Da Morte é o maior símbolo militar do Império Galáctico, demonstrando terem a maior capacidade bélica, além de espalhar medo e violência por toda a galáxia.
Em síntese, “Rogue One” apresenta um lado mais humanizado e realista de Star Wars, mostrando como cidadãos comuns de diversos planetas foram afetados durante a era imperial e como se sacrificaram por um bem maior que o individual, provando que conflitos e guerras podem ser enfrentados por pessoas como nós e não apenas por seres dotados de poderes mágicos.
REFERÊNCIAS:
ARAÚJO, Bruno; SOTO, Cesar. ‘Rogue One’ mostra lado sujo e humano de ‘Star Wars’; G1 já viu. 2016. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/rogue-one-mostra-lado-sujo-e-humano-de-star-wars-g1-ja-viu.ghtml
BRIDI, Natália. Rogue One: Uma História Star Wars | Crítica. 2016. Disponível em: https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/rogue-one-uma-historia-star-wars-critica
CORRÊA, F. das G. (2017). A balança de poder sob a ótica de Kenneth Waltz: uma discussão da teoria sistêmica. Revista Interação. 2016
ROGUE ONE: UMA HISTÓRIA STAR WARS. 2016. Disponível em: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-218395/
WALTZ, Kenneth. Teoria das Relações Internacionais. Lisboa: Gradiva, 2002.
