Fabiana Barros, acadêmica do 4º semestre de Relações Internacionais

O passaporte musical dessa semana é sobre Mariah Carey, a voz que marcou os anos 90 e até os dias atuais consolida uma carreira memorável, sendo um símbolo do Natal.

Mariah Carey nasceu em março de 1969 nos Estados Unidos e é cantora, atriz e compositora, tendo iniciado a carreira em 1990, quando lançou seu primeiro álbum que leva seu nome, Mariah Carey (Britannica, 2019).

A artista se mudou para a cidade de Nova Iorque ao final de seu ensino médio em 1987, para assim, seguir o sonho de se tornar cantora. Enquanto tentava ingressar na carreira artística, Mariah conheceu Tommy Mottola, executivo da gravadora Columbia Records, que a possibilitou assinar contrato com a gravadora. Após isso, Tommy e Mariah se casaram em 1993 e o término do casamento se deu alguns anos depois (Britannica, 2019).

Em uma entrevista dada por Mariah em 2019, a artista citou seu primeiro casamento, que ocorreu em 1993 quando tinha apenas 23 anos, enquanto seu ex-marido era 20 anos mais velho. Além disso, a artista citou como seu trabalho e sucesso eram constantemente associados ao seu relacionamento com uma figura masculina relevante do meio musical (Setoodeh, 2019).

Durante a entrevista, Mariah também abordou como a ausência de mulheres na indústria musical estadunidense a incomoda e relatou a experiência de ter o início da carreira sendo agenciada majoritariamente por homens que a limitavam artisticamente, esses sendo os mesmos que lucraram muito dinheiro por meio do trabalho incessante da artista. Além disso, a cantora também expõe como se deu sua vivência artística no meio musical sendo uma mulher birracial, tendo por muitas das vezes, suas tentativas de expressão cultural frustradas em meio a sua própria arte (Setoodeh, 2019).

Comparando as falas e atitudes da diva pop e maior amante do Natal, com as teorias feministas das Relações Internacionais, tem-se a feminista negra bell hooks (2018, p. 17 apud Franco, 2020), que define o feminismo como um movimento que visa acabar com o sexismo, a exploração sexista e a opressão, esses sendo elementos interligados entre si, ou seja, é preciso questionar todas as estruturas opressivas conectadas ao patriarcado e à dominação masculina, um conceito bem compreendido pela cantora que lida com esses tipos de controle desde o início da carreira.

Assim, compreende-se que Mariah Carey é muito mais que um símbolo referente à época natalina, pois além de ser uma grande artista reconhecida, também sabe utilizar de seu espaço de influência para abrir caminhos para debates importantes na indústria.

REFERÊNCIAS

FRANCO L. M. Todo mundo pode escolher o feminismo: o convite de Bell Hooks. INTERthesis, v. 17, p. 01–07, 4 maio 2020.

Mariah Carey | Biography, Albums, & Facts | Britannica, 2019.

SETOODEH. R. Mariah Carey on Her Fans, Her Feminism and #JusticeForGlitter. Disponível em: <https://variety.com/2019/music/news/mariah-carey-power-of-women-glitter-1203362634/&gt;.