
A Guerra dos Sete Anos, ocorrida entre 1756 e 1763, marcou um momento crucial na história europeia, envolvendo as principais potências do continente, bem como seus interesses globais em outras regiões. Segundo Baugh (2011) este conflito abordou uma gama diversificada de questões, desde disputas territoriais até rivalidades coloniais e competições comerciais. Em particular, a luta pelo controle colonial entre a Grã-Bretanha e a França emergiu como um dos principais impulsionadores do conflito, refletindo a busca por expansão territorial e recursos naturais.
Além disso, conforme Showalter (2012) a ascensão da Prússia como uma potência militar influente, sob o comando de Frederico, o Grande, reconfigurou o equilíbrio de poder na Europa, enquanto a Áustria desempenhou um papel central na coalizão oposta, buscando conter a expansão prussiana. Esta rivalidade entre Prússia e Áustria desempenhou um papel significativo no desenrolar da guerra, moldando o cenário político europeu da época.
Apesar de ter se iniciado na Europa, a Guerra dos Sete Anos rapidamente transcendeu fronteiras continentais, estendendo-se para além do seu cenário inicial e alcançando outras partes do mundo. As disputas territoriais e coloniais entre as potências europeias não se limitaram apenas ao continente europeu, mas também se desdobraram nas Américas, África e Ásia. Nas Américas, o conflito se manifestou principalmente nas colônias britânicas e francesas, onde batalhas foram travadas pelo controle de territórios estratégicos e rotas comerciais lucrativas.
Na análise de Hans Morgenthau (2013), a Guerra dos Sete Anos é um exemplo claro da competição incessante pelo poder entre as nações, refletindo a busca constante por segurança e prosperidade em um sistema internacional anárquico. Nessa perspectiva, o conflito é interpretado como uma manifestação das ambições estatais em maximizar sua influência e garantir sua sobrevivência em um mundo onde o poder é o recurso fundamental.
Portanto para Morgenthau (2013), a Guerra dos Sete Anos não é apenas um conflito isolado, mas um reflexo das tensões perpétuas entre as nações na busca pelo poder e pela defesa de seus interesses em um mundo onde a competição é incessante e o poder é o recurso fundamental. Esse conflito, que se desdobrou em uma escala global, ilustra vividamente a natureza competitiva das relações internacionais. À medida que as potências europeias se envolviam em disputas territoriais e econômicas em diferentes partes do mundo, tornava-se evidente que a busca pelo poder era tanto uma causa quanto uma consequência dessas hostilidades.
Referencias:
Baugh, Daniel A. The Global Seven Years War, 1754-1763: Britain and France in a Great Power Contest. [Inglês] Editora: Longman, 2011.
McLynn, Frank. 1759: The Year Britain Became Master of the World. [Inglês] Editora: Jonathan Cape, 2004.
Morgenthau, Hans. Política entre as Nações: A Luta pelo Poder e pela Paz. [Português] Editora: Imprensa Universitária de Cambridge, 2013.
Showalter, Dennis. Frederick the Great: A Military History. [Inglês] Editora: Frontline Books, 2012.
