
Maysa Lisboa, acadêmica do 5° semestre de Relações Internacionais
O Passaporte Musical desta semana é sobre o maior compositor de sua geração, líder e guitarrista da maior banda britânica de rock “The Beatles”, uma das bandas mais influentes e populares da história da música, John Lennon. Além do impacto musical, suas mensagens pacifistas ecoaram em uma geração que buscava mudanças, participou de atividades e protestos pacifistas durante as décadas de 1960 e 1970. Seu ativismo político, pacifista e social, aliado à sua influência cultural, deixou um impacto na consciência global e nas discussões sobre paz e justiça.
John Winston Lennon nasceu em Liverpool, na Inglaterra, no dia 9 de outubro de 1940. Começou a tocar em 1955 com alguns amigos da escola, e o grupo ganhou o nome de “Quarrymen”. Em junho de 1956, foi apresentado a Paul McCartney que passou a integrar o grupo, nos anos seguintes entrou na Art College, onde conheceu sua futura esposa, Cynthia Powell, e George Harrison juntou-se ao grupo. Os Quarrymen mudaram de nome várias vezes e acabaram adotando o nome “Moondogs”, mas em 1960 ganhou o nome de “The Beatles” e se apresentaram no Caven Club, e em 1962 foi a vez de Ringo Star ser convidado para fazer parte do conjunto, criando assim a formação definitiva dos Beatles (Ebiografia, 2021).
Em 1963 lançaram na Inglaterra o primeiro LP do grupo “Please, Please Me”, que rapidamente alcançou o topo das paradas no país. A “beatlemania” se espalhou para vários países em 1964. Em 1966, lançaram o álbum Revolver, seguido pelo icônico Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band em junho do ano seguinte. Muitas das músicas de sucesso do grupo, como “Love Me Do”,“Eleanor Rigby”,“Yellow Submarine” e “Ticket to Ride”, foram escritas por Paul McCartney e John Lennon. Os Beatles são reconhecidos como a banda mais bem sucedida da história da música, tendo vendido mais de 800 milhões de álbuns em todo o mundo. Em julho e agosto, gravaram “Abbey Road”, que se tornaria sua última gravação como conjunto (Ebiografia, 2021).
No final da década de 60, Lennon se envolveu com esoterismo, espiritualidade e uso de drogas, ao mesmo tempo em que se separou de sua primeira esposa, Cynthia Powell, e casou-se com Yoko Ono em 1969. Conflitos com os outros membros dos Beatles aumentaram, e em setembro do mesmo ano, ele deixou a banda para iniciar uma carreira solo, não divulgando isso para a mídia até uma entrevista 1970, onde afirmou “Eu comecei a banda, eu terminei a banda, é simples assim”. Seu relacionamento o inspirou e, juntos, se tornaram conhecidos como grandes ativistas, utilizando sua música como meio de transmitir mensagens positivas de paz,amor,política e direitos humanos (Músicas e suas histórias, 2022).
O casal participou de várias atividades de protesto pacífico, incluindo os “Bed-Ins”, um protesto em favor da paz, onde passaram dez dias na “cama” e “War Is Over!”. Com o fim dos Beatles em 1970, o artista causou polêmica com o álbum “Two Virgins”, que apresentava uma capa com ele e Yoko Ono nus. Em setembro de 1971, lançou o icônico disco “Imagine”, que alcançou o primeiro lugar nas paradas de sucesso e se tornou uma das obras mais conhecidas e influentes de sua carreira. O álbum inclui 10 faixas de sua autoria, como “Imagine”, “Crippled Inside”, “Jealous Guy”, “Give Me Some Truth” e “How?”. Outros álbuns solos notáveis são “Mind Games” de 1973, e “Walls and Bridges” de 1974.
Após conseguir o visto de permanência nos Estados Unidos, John Lennon retornou à cena musical após cinco anos de reclusão com o lançamento de “Double Fantasy” em 1980, no mesmo ano de sua morte trágica em 8 de dezembro, aos 40 anos. Ao voltar para seu apartamento no edifício Dakota, em Manhattan, Lennon foi fatalmente atingido por quatro tiros nas costas ao descer da limusine para entrar no prédio. Sua morte gerou uma comoção sem precedentes na história do pop-rock, e seus restos mortais foram cremados, com Yoko Ono espalhando suas cinzas no Central Park. O assassino de Lennon, Mark David Chapman, confessou ter cometido o crime em busca de fama, admitindo que sabia que estava errado, mas estava disposto a tirar uma vida humana por notoriedade. Chapman encontrou Lennon no dia do crime e conseguiu um autógrafo do artista em uma cópia do álbum Double Fantasy. Sua motivação foi atribuída ao ciúme do estilo de vida e da fama de Lennon, reconhecendo que o matou simplesmente por ser extremamente famoso (People, 2023).
Ao relacionar o artista John Lennon com as relações internacionais, podemos citar a Teoria da Paz Perpétua de Immanuel Kant. Ao longo de sua vida e carreira, o cantor personificou muitos dos princípios propostos por Kant para alcançar uma paz duradoura entre as nações. Através de sua música icônica “Imagine”, ofereceu uma visão utópica de um mundo unificado, livre de fronteiras, divisões religiosas e materialismo, propondo uma visão de harmonia entre todos os povos, refletindo os ideais de cooperação e compreensão mútua promovidos por Kant para alcançar a paz perpétua.
Além disso, foi um fervoroso defensor da paz e do amor, expressando sua oposição à guerra e à violência em várias de suas canções, em suas atividades de ativismo. Seu engajamento em promover a paz mundial ecoa a importância da ação prática na busca por um mundo mais pacífico. Portanto, sua influência como ícone cultural e ativista continua a inspirar gerações a buscar um futuro de paz duradoura e universal, alinhando-se com a visão de Kant para um mundo de paz perpétua.
REFERÊNCIAS
EBIOGRAFIA. John Lennon. Disponível em: https://www.ebiografia.com/john_lennon/. Acesso em: 08 de março de 2024.
JOHN LENNON. Disponível em: https://www.johnlennon.com/. Acesso em: 08 março de 2024.
MÚSICAS E SUAS HISTÓRIAS. John Lennon- Imagine (1971). Disponível em: https://www.musicasesuashistorias.com.br/blog/john-lennon-imagine-1971. Acesso em:10 de março de 2024.
FERREIRA, Pedro Henrique de Freitas; KLEIN, Joel Thiago. Comentários às obras de Kant: À paz perpétua. NéfipOnline Florianópolis, 2022. Disponível em: http://www.nefipo.ufsc.br/files/2012/11/Livro-atualizado.-Comenta%CC%81rios-a%CC%80s-obras-de-Kant-A%CC%80-paz-perpe%CC%81tua-2022.-Final.pdf. Acesso em: 14 de março de 2024.
PEOPLE. John Lennon’s Death: What to Know. Disponível em: https://people.com/john-lennon-death-what-to-know-7511226. Acesso em: 18 de março de 2024
KANT, Immanuel. Para a paz perpétua. Tradução de Bárbara Kristensen. Estudo introdutório de Joám Evans Pim. Instituto Galego de Estudos de Segurança Internacional e da Paz, 2006. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/7927613/mod_resource/content/1/Immanuel%20Kant%20-%20Para%20a%20paz%20perpe%CC%81tua-Instituto%20Galego%20de%20Estudos%20de%20Seguranc%CC%A7a%20Internacional%20e%20da%20Paz%20%282006%29.pdf. Acesso em: 16 de março de 2024.
