Gabriele Nascimento (acadêmica do 1º semestre de RI da UNAMA)
Keity Oliveira (acadêmica do 7º semestre de RI da UNAMA)
Lara Lima (acadêmica do 7º semestre de RI da UNAMA)

No atual contexto amazônico, o campo de Relações Internacionais é de extrema importância, já que a Amazônia está ganhando, cada vez mais, notoriedade no cenário internacional por ser considerada de imensa importância para o equilíbrio ambiental mundial. Diante dessa perspectiva, é necessário que haja internacionalistas capazes de defender os interesses do povo amazônico e que lutem pela cooperação, sobretudo, entre os países que englobam o ecossistema amazônico.


O bacharelado em Relações Internacionais da Universidade da Amazônia é referência em todo o Estado do Pará. O curso segue formando internacionalistas desde 2006, os quais são preparados, com excelência, para debaterem questões políticas, econômicas, sociais e culturais, do cenário global e amazônico. A graduação oferece, ainda, vários eventos extremamente enriquecedores, como os diálogos sobre a paradiplomacia na Amazônia, e projetos de extensão únicos no Brasil, tais como o site internacional da Amazônia e o Programa Globalizando.


O curso também é caracterizado por um campo de estudos que visa compreender os complexos sistemas de interação entre atores internacionais, bem como estados (países), organizações intergovernamentais, empresas multinacionais, organizações não governamentais e movimentos sociais.


O Internacionalista (designação do profissional bacharel em Relações Internacionais) possui um importante papel em analisar o cenário global do ponto de vista político, social e econômico. Essas funções, dentro do mercado de trabalho, são observadas na representação dos interesses internacionais de empresas, governos ou municípios, na promoção de negociações internacionais, na atuação em organizações internacionais e em questões que envolvem os direitos humanos, cooperação, conflito e desenvolvimento.


O final do século XX e início do século XXI vêm sendo marcados pela temática ambiental que se tornou uma questão-chave nas relações internacionais, por conta de uma falha da sociedade internacional em gerir e sanar as problemáticas ambientais (Schulz e Armada 2021). No decorrer dos anos, o agravamento da crise ambiental e a incapacidade dos Estados em frear essa pauta, possibilitou que a Amazônia venha ganhado cada vez mais protagonismo no centro das negociações e das relações internacionais, devido à sua capacidade de regulação do clima, biodiversidade e recursos naturais (Marcovitch e Dallari, 2023).


No cenário internacional, a Amazônia tem tido um papel fundamental em amplas discussões globais com a sua importância para o equilíbrio ecológico mundial, a produção científica voltada para o mapeamento de espécies únicas, os projetos de conservação e preservação desenvolvidos na região, como o Fundo Amazônia, a ascensão dos movimentos sociais dos povos da floresta e a presença de ONGs internacionais, como a WWF e o Greenpeace. Para além de sua importância como detentora da maior biodiversidade no mundo, também há embates entre o projeto de desenvolvimento sustentável e o projeto de exploração econômica defendida por grupos econômicos.


O quadro Amazônia em Foco, do site Internacional da Amazônia, projeto de extensão do curso de RI da Unama, foi criado em 2020, com o intuito de discutir e informar sobre as situações acerca da Amazônia, principalmente sobre o que está acontecendo na atualidade, como, por exemplo, as diversas mudanças climáticas e a falta de direito dos povos tradicionais. O quadro foi idealizado para que os acadêmicos de Relações Internacionais pudessem colaborar com a visão crítica, pautada na realidade, fazendo assim da Amazônia, um laboratório de saberes, que transmite a importância da consciência sobre preservar a região e as unir a luta dos povos tradicionais (Oliveira e Galvão, 2021).


A Amazônia nos últimos anos passou a ser discutida na agenda internacional, mas, ainda, após a Segunda Guerra Mundial, com os Estados estimulando o crescimento econômico, para se obter a modernização, através da industrialização, sem considerar as limitações dos recursos naturais e a degradação ambiental. Os meios de desenvolvimentos impostos acarretaram em uma série de problemáticas ambientais que atingiram até mesmo o sistema internacional. O mundo inteiro vem sofrendo com danos ao ecossistema, mudanças climáticas, poluição da água, destruição na camada de ozônio e as crises dos recursos hídricos (Schulz e Armada, 2021).


Destarte, a preocupação acerca da relação do homem com o meio em que vive passou a ter uma certa prioridade. A maior floresta tropical do planeta terra, conhecida popularmente como o pulmão do mundo, rica em recursos naturais e em sua fauna e flora, passou a ser discutida em eventos climáticos organizados pela ONU e a OTCA, que desde então debatem os fenômenos amazônicos, em conferência sobre o meio ambiente, como exemplo a Rio-92 que foi primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, a Cúpula dos Países Amazônicos de 2023 e a COP 30, que ainda será sediada, em 2025, na cidade de Belém, entre outras (Marcovitch e Dallari, 2023).


A floresta amazônica tem um papel fundamental no sistema climático global, pois é responsável por absorver grandes quantidades de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera, ou seja, um sumidouro de carbono e reguladora do clima (Marcovitch e Dallari, 2023). Desse modo, com diversas crises ambientais se intensificando, a conscientização da sociedade fez com que se perceba que não existe o direito de um padrão de vida humano digno, sem preservar o meio do qual é necessário para a sobrevivência. Dessa forma, Bosselmann (2010, p. 91) ressalta que:


[…] direitos humanos e o meio ambiente estão inseparavelmente interligados. Sem os direitos humanos, a proteção ambiental não poderia ter um cumprimento eficaz. Da mesma forma, sem a inclusão do meio ambiente, os direitos humanos correriam o perigo de perder sua função central, qual seja, a proteção da vida humana, de seu bem-estar e de sua integridade.

A relação entre direitos humanos e meio ambiente passa a ter uma maior ligação, uma vez que é necessário preservar os recursos naturais para as gerações futuras, como, também, garantir sobrevivência e uma melhor qualidade de vida para a população mundial atual. Dentro deste arcabouço, o quadro Amazônia em Foco, se caracteriza como uma importante ferramenta de difusão e disseminação científica, a respeito da Amazônia, sempre dialogando com pesquisadores e autores; e fazendo também recomendações de livros, filmes, grupos de pesquisas, ONGs etc (Schulz; Armada 2021).


Outro projeto de extensão universitário e radiofônico, da UNAMA, que aborda questões sobre a Amazônia, é o Programa Globalizando, fundado em 2013, e tem como objetivo impulsionar debates, conhecimento e informações por meio de programas semanais na rádio UNAMA FM, sobretudo no que tange assuntos que são relacionados à região amazônica e a população amazônida. O programa também visa facilitar a compreensão acerca dos assuntos debatidos, para que seja acessível não somente para os acadêmicos, mas para o público em geral e conta com a participação de convidados formados na área do assunto em que se pretende discutir.


Diante disso, os fatos do mundo contemporâneo, massificados pelo fenômeno da globalização e pelo acesso aos meios de comunicação social, estão permanentemente expostos para análise e discussões no campo de estudos das Relações Internacionais. Por ser um curso multidisciplinar, agrega áreas como direito, economia, filosofia, sociologia, história, ciência política, culturas, idiomas, diplomacia, negociações internacionais, comércio exterior, etc.


A região Norte, mais especificamente do Belém do Pará, se tornou palco para diversos eventos internacionais que chamaram a atenção do mundo durante os últimos anos, como o Diálogos Amazônicos e a Cúpula da Amazônia, realizados em agosto de 2023. Além disso, a capital paraense se prepara para receber a COP30, em 2025, o maior evento sobre mudanças climáticas no mundo. Nesse sentido, o protagonismo da região amazônida segue sendo fortalecido no cenário internacional e neste contexto, o profissional de Relações Internacionais, chamado de internacionalista, se torna não apenas relevante, mas extremamente fundamental para a compreensão de temas globais.


Destarte, pode-se afirmar que RI é o curso do século XXI, especialmente para o Brasil e para a Amazônia brasileira que tem papel cada vez mais importante na sociedade internacional. Está presente em todas as áreas, seja direta ou indiretamente. Em 2024, as atividades do curso de RI da Universidade da Amazônia – UNAMA, completam dezenove anos na região norte, em especial, na cidade de Belém. Sendo assim, a relevância e o pioneirismo do curso acompanham a evolução da área, dinamizando suas atividades de ensino, pesquisa e extensão e se tornando referência na região.


Em vista disso, procura-se ressaltar os artigos acadêmicos feitos para o quadro Amazônia em Foco, além de todos os demais artigos postados no Site Internacional da Amazônia que já acumula mais de mil postagens desde a sua criação. Para mais informações, acesse:
< https://internacionaldaamazonia.com/ >
Instagram: < https://www.instagram.com/interdamazonia/ >
Facebook: < https://www.facebook.com/InternacionalDaAmazonia/?locale=pt_BR >
Twitter: < https://twitter.com/interdamazonia >
Youtube: < https://www.youtube.com/channel/UCQKRVhgtmem2S2YUp5u_1gQ >


Evidencia-se o Grupo de Pesquisas em Gênero e Relações Internacionais (GENERI) da Universidade da Amazônia (UNAMA), coordenado pela Professora Doutora Brenda de Castro que desenvolve pesquisas sobre gênero, política mundial, estudos latino-americanos e de desenvolvimento. Para mais informações, acesse:
Instagram: < https://instagram.com/grupogeneri?utm_medium=copy_link >
Twitter: < https://twitter.com/GrupoGeneri?t=ObRRu1a6SmxqZHMs5nd_4g&s=09 >


Também ressaltamos o trabalho do Programa Globalizando que vai ao ar todos os sábados, às 9hrs, na Rádio UNAMA 105.5 fm. Para mais informações, acesse:
Instagram: < https://www.instagram.com/pglobalizando/ >
Facebook: < https://www.facebook.com/programaglobalizando/?locale=pt_BR >
Twitter: < https://twitter.com/pglobalizando >
Youtube: < https://www.youtube.com/channel/UCSyOQJ_wq6m5ExOMla26chg >


Por fim, para você que quer iniciar o bacharel em Relações Internacionais na universidade pioneira da Amazônia, segue o link para o vestibular UNAMA e o curso de Relações Internacionais com informações gerais sobre a matriz curricular, corpo docente e demais informações acerca do curso.
< https://vestibular.unama.br/PS_Unama/curso/79/1267/1/relacoes-internacionais/Bel%C3%A9m-PA >

REFERÊNCIAS
BOSSELMANN, Klaus. Direitos Humanos, Meio Ambiente e Sustentabilidade. In: SARLET, Ingo Wolfang (Org.). Estado Socioambiental e Direitos Fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2010, p.91.
DALLARI, Pedro; MARCOVITCH, Jacques. Temas e práticas em relações internacionais. USP. Publicado em: 21 de setembro de 2023. Disponível em:https://acrobat.adobe.com/id/urn:aaid:sc:US:dc18efa1-c105-41f9-b3e6-f3b7643cb443 Acesso em: 26 de abril de 2024.


GALVÃO, Maria Bethânia; OLIVEIRA, Keity Silva de. A importância do quadro Amazônia em Foco. Internacional da Amazônia. Publicado em: 29 de dezembro de 2021. Disponível em:https://internacionaldaamazonia.com/2021/12/29/a-importancia-do-quadro-amazonia-em-foco/ Acesso em: 26 de abril de 2024.


Rooijen, Vanessa Van. Curso de Relações Internacionais da UNAMA é referência no Pará. Unama.br. Publicado em: 16 de maio de 2017. Disponível em: https://www.unama.br/noticias/curso-de-relacoes-internacionais-da-unama-e-referencia-no-para Acesso em: 27 de abril de 2024.


SCHULZ, Amanda Kristtine; ARMADA, Charles Alexandre Souza. A Amazônia brasileira como recurso de poder no Sistema Internacional. UFPR. Publicado em: 2021. Disponível em:https://revistas.ufpr.br/conjgloblal/article/download/79042/44868 Acesso em: 26 de abril de 2024.