
Maysa Lisboa, acadêmica do 5° semestre de Relações Internacionais
O Passaporte Musical desta semana é sobre a banda britânica de rock alternativo, que exerce uma influência mundial por meio de sua inovação musical, impacto cultural e abordagem de questões sociais e políticas, Muse. Misturando rock alternativo, eletrônica e música sinfônica, a banda estabeleceu novos padrões na música e influenciou diversos artistas. Suas letras frequentemente abordam temas como opressão, resistência e vigilância. A banda também participa de causas humanitárias, usando sua plataforma para aumentar a conscientização sobre questões como direitos humanos e justiça climática.
A banda foi formada em 1994 na escola, na cidade de Teighmouth, Devon, interior da Inglaterra. Composta por Matthew Bellamy nos vocais, guitarra, e piano, Christopher Wolstenholme no baixo e Dominic Howard como baterista. Antes de se tornarem Muse, a banda teve os nomes Gothic Plague e Rocket Baby Dolls. Dom fazia parte da Gothic Plague e convidou Matt para ser o guitarrista. Chris estava em outra banda, Fixed Penalty, tocando bateria. Após a saída de todos os integrantes da Gothic Plague, Dom e Matt se juntaram a Chris, que aprendeu a tocar baixo para entrar na banda. Usando brevemente o nome Rocket Baby Dolls, venceram uma Batalha de Bandas, o que os motivou a levar a música a sério e adotar o nome Muse (MUSEBR).
O sucesso veio com “Absolution”, o primeiro álbum a estrear no topo das paradas britânicas, seguido por todos os álbuns subsequentes que também alcançaram o topo das paradas, tanto no Reino Unido quanto internacionalmente.Ao longo dos anos, Muse lançou sete álbuns de estúdio: “Showbiz” (1999), “Origin of Symmetry” (2001), “Absolution” (2003), “Black Holes and Revelations” (2006), “The Resistance” (2009), “The 2nd Law” (2012) e “Drones” (2015). (ROCKNBOLD, 2021)
“Black Holes and Revelations” rendeu-lhes uma nomeação para o Mercury Prize e o terceiro lugar na lista de “Álbuns do Ano” da revista NME em 2006, enquanto “The Resistance” ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Rock. Em junho de 2007, foram a primeira banda a esgotar o novo Estádio de Wembley em Londres por dois dias consecutivos. Em Portugal, são uma banda de culto, sempre esgotando concertos e festivais de verão, de acordo com o site FNAC. Já venderam mais de 15 milhões de cópias de seus álbuns (MUSEBR).
Além de seu sucesso comercial, a banda aborda temas relevantes em suas músicas como “Uprising” fala da resistência contra regimes opressivos, “Resistance” trata da luta contra o totalitarismo, e “Knights of Cydonia” retrata a revolução contra a tirania. “United States of Eurasia” crítica à dominação geopolítica, “Supremacy” explora poder e hegemonia, “Drones” aborda a guerra moderna e desumanização pela tecnologia, e “Take a Bow” critica líderes corruptos.
Dessa forma, a análise das músicas à luz das ideias de Hannah Arendt nos leva a compreender pela sua “Origens do Totalitarismo”, como a banda não apenas cria músicas cativantes, mas também promove reflexões significativas sobre questões políticas e sociais relevantes. Arendt explora conceitos-chave, como a banalidade do mal, a natureza do poder totalitário e a perda de liberdade e autonomia individual sob tais regimes, que podem ser aplicados à análise das músicas como “Resistance”, que abordam temas de resistência, totalitarismo e luta pela liberdade.
Sendo assim, o conjunto britânico tem uma influência significativa no mundo e na cultura popular, sendo conhecida por suas letras que frequentemente abordam temas políticos, sociais e tecnológicos. Suas composições tratam de questões como a opressão, a resistência contra governos autoritários, e os impactos da tecnologia na vida humana, ressoando com temas relevantes nas relações internacionais contemporâneas.
Referências:
FNAC. Muse: biografia. Disponível em: https://www.fnac.pt/Muse/ia102953/biografia. Acesso em: 18 maio 2024.
MUSEBR. História da banda Muse. Disponível em: https://www.musebr.com/historia-da-banda-muse/. Acesso em: 18 maio 2024.
ROCKNBOLD. “Will of the People”: Muse passeia entre a segurança e o risco em nono disco. Disponível em: https://rocknbold.com/2022/08/will-of-the-people-muse-passeia-entre-a-seguranca-e-o-risco-em-nono-disco/. Acesso em: 20 mai. 2024.
ROCKNBOLD. Muse: um ranking do pior ao melhor álbum. Disponível em: https://rocknbold.com/2021/10/muse-um-ranking-do-pior-ao-melhor-album/. Acesso em: 20 maio 2024.
ALVES, Renata. Origens do Totalitarismo – Hannah Arendt. Disponível em: https://alegre.ifes.edu.br/images/stories/Arquivos/Ifes-em-casa/historia/Renata-Alves/Origens-do-Totalitarismo-Hannah-Arendt.pdf. Acesso em: 25 maio 2024.
