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Maysa Lisboa,
6° Semestre de relações internacionais
O passaporte musical desta semana é sobre uma importante cantora, compositora e produtora musical brasileira, Marisa Monte. Conhecida por sua voz distinta e seu estilo eclético que mistura MPB (Música Popular Brasileira), samba, pop, jazz e rock, sua música, que aborda temas universais como amor, vida e identidade, toca profundamente seus ouvintes e inspira novas gerações de músicos ao redor do mundo. Sendo aclamada por suas produções sofisticadas e de alta qualidade. Ela conquistou uma audiência global, promovendo a música brasileira internacionalmente e difundindo a cultura do país, fomentando o diálogo e a compreensão intercultural através de sua música.
Marisa de Azevedo Monte nasceu no Rio de Janeiro no dia 1 de julho de 1967. Desde pequena frequentava a quadra da escola de samba Portela, onde seu pai fazia parte da diretoria cultural. Aos 9 anos de idade, ganhou uma bateria de presente dos pais. Estudou piano e, aos 14 anos, começou a ter aulas de canto e teoria musical. Durante a adolescência, também estudou canto lírico (EBIOGAFIA, 2024).
Aos 18 anos, foi morar em Roma para aprofundar seus estudos de canto lírico e adquirir técnica. Antes de voltar ao Brasil, fez um show em Veneza, onde reencontrou o produtor Nelson Motta, que dirigiu o espetáculo Veludo Azul, o primeiro show da cantora, ao retornar ao Brasil, produzido por Lula Buarque de Hollanda. Na sua primeira apresentação no Jazzmania, no Rio de Janeiro, em setembro de 1987, a repercussão foi enorme: Marisa rapidamente se tornou a nova sensação da cena musical brasileira, atraindo tanto o público jovem de rock quanto o público adulto de jazz e MPB (MARISAMONTE, 2021).
A cantora se apresentava no Teatro Villa Lobos e gravava ao vivo um especial exibido pela TV Manchete no final do ano, antes mesmo de seu primeiro disco ser lançado. “MM” (1989) trazia samba, jazz, black music, blues, soul, bossa nova e rock. Na turnê nacional e internacional emplacou seu primeiro grande sucesso, “Bem Que Se Quis” (“E Po’ Che Fa’”), versão de Nelson Motta para a canção do italiano Pino Daniele. O primeiro disco de Marisa Monte vendeu 500 mil cópias, fez parte da trilha sonora da novela da Rede Globo O Salvador da Pátria e entrou para a lista dos 100 Melhores Discos da Música Brasileira (EBIOGAFIA, 2024).
O lançamento de seu segundo disco “Mais” (1991) – com as primeiras parcerias Nando Reis (Ainda Lembro) e Arnaldo Antunes (Beija Eu) que foi classificada como uma das melhores canções pop brasileiras – revelou Marisa Monte como compositora e com um estilo próprio, que refletia suas múltiplas influências musicais. O terceiro álbum “Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa e Carvão” (1994) foi gravado em Nova York e no Rio de Janeiro e produzido por Marisa e Arto Lindsay. Com participações especiais de Gilberto Gil, Laurie Anderson, Philip Glass, Velha Guarda da Portela e conjunto Época de Ouro, marcou o início de sua parceria com Carlinhos Brown. Marisa Monte se consolidou como produtora com os elogiados “Omelete Man” de Carlinhos Brown e, no ano seguinte, “Tudo Azul” da Velha Guarda da Portela. (MARISAMONTE, 2021).
Marisa Monte lançou o disco “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor” em 2000 pelo seu selo Phonomotor, com sucessos como “Amor I Love You” e “Não Vá Embora”, ganhando o Prêmio Multishow de Melhor Disco e Melhor Cantora em 2001. Em 2006, lançou “Infinito Particular” e “Universo ao Meu Redor”. Em 2011, divulgou “O Que Você Quer Saber De Verdade” e, em 2014, “Verdade Uma Ilusão”. Em 2016, lançou “Coleção”, reunindo composições de trilhas sonoras. (MARISAMONTE, 2021).
Em 2017, Marisa, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown se reuniram para um novo álbum dos Tribalistas, com uma live que alcançou 6 milhões de fãs. A turnê resultou no álbum “Tribalistas Ao Vivo” em 2018. Em 2020, lançou “Cinephonia”, um projeto que disponibilizou 30 canções de trilhas sonoras. Em 2021, lançou “Portas”, seu primeiro álbum de inéditas em 10 anos, com colaborações de Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marcelo Camelo, Seu Jorge e Flor. O disco foi gravado e mixado em várias cidades globais, incluindo Rio de Janeiro, Los Angeles e Nova York.
Sendo assim a carreira musical de Marisa Monte exemplifica a teoria do diálogo intercultural de Arjun Appadurai, destacando como os fluxos culturais — ethnoscapes, mediascapes, technoscapes, financescapes e ideoscapes — se manifestam nas relações internacionais.
Marisa utiliza suas turnês, colaborações internacionais e presença nas mídias para promover a música e a cultura brasileira globalmente. Ela adota tecnologias avançadas para alcançar audiências amplas e contribui para a economia cultural global. Seus temas universais facilitam a disseminação de ideias e valores culturais, promovendo a compreensão e o respeito entre diferentes culturas. Assim, Marisa Monte promove um diálogo intercultural que celebra a diversidade e conecta pessoas ao redor do mundo.
Referências:
MARISA MONTE. Biografia. Disponível em: https://www.marisamonte.com.br/home/home/biografia/. Acesso em: 20 jul. 2024
EBIOGRAFIA. Marisa Monte. Disponível em: https://www.ebiografia.com/marisa_monte/. Acesso em: 26 jul. 2024.
ALMEIDA, Marco; SILVA, Fernando. O impacto da modernidade na música brasileira. Revista
Recicofi, 2017. Disponível em: https://revistaseletronicas.fiamfaam.br/index.php/recicofi/article/view/200/256. Acesso em: 26
jul. 2024.
ALBROW, Martin. Modernity at Large: Cultural Dimensions of Globalization. American Journal
of Sociology, 1996. Disponível em: https://v1.cepa.lk/content_images/publications/documents/109-S AlbrowThe%20American%20journal%20of%20Sociology-Modernity%20at%20large.pdf. Acesso em: 20 jul. 2024.
