Antônio Vieira, acadêmico do 2° semestre de Relações Internacionais

Ficha Técnica

Gênero: Drama

Duração: 2h

Ano: 2010

Diretor (a): David Fincher

Distribuição: Sony Pictures

País de origem: EUA              

A Rede Social, filme vencedor de 3 Oscars, conta a história conturbada da criação do Facebook por Mark Zuckerberg, que na época estava no 2 ano de Havard. A obra foca em expor a disputa baseada no lucro pelo controle do site, ao mesmo tempo em que discute o impacto da internet na sociedade.

Na cena inicial, Mark tem uma conversa com sua namorada que não conclui bem, assim, é revelado um dos impulsos para a criação do embrião do facebook, o “Facemash”. Embora a finalidade da primeira rede social criada por Mark não tenha sido boa, a qual tinha o objetivo de avaliar a aparência das garotas de Havard, o seu alcance entre os universitários chamou atenção de diversas pessoas, dentre elas, a dos irmãos Winklevoss. Filhos de uma família rica, eles convencem Zuckerberg a ajudá-los em criar um site de interação entre os estudantes.

O resultado da proposta não sai como esperado, surgindo o “The Facebook” pelas mãos de Mark, que passa a ser visto como um aproveitador. Desse modo, começa a caçada judicial contra o jovem prodígio. Vale ressaltar que, nesse meio tempo, antes da criação do Facebook, o estudante havia recebido ajuda para o seu sucesso, como a do seu amigo Eduardo Severin, que posteriormente também move a ele uma ação jurídica. Contudo, devido a revolução global que a nova rede social trouxe para a interação humana e ao apoio do mercado financeiro, o controle da plataforma social por Mark Zuckerberg se torna difícil de ser destruída.

A trama baseada em fatos reais conta com temas diversificados, indo dos mais existenciais, como a busca pelo poder e respeito a qualquer custo, até o impacto da autonomia e criatividade do indivíduo na sociedade. Nesse sentido, o filme poder ser analisado seguindo as ideias da teoria liberal das Relações Internacionais, que dentre os seus objetos de estudo está a centralidade dos atores sociais (indivíduos, empresas, ONGs) para a formação das preferências estatais e dinâmicas internacionais (SARFATI, 2005).

Segundo o professor Andrew Moravcsik, na atualidade, o liberalismo é baseado em três suposições, sendo uma delas: A primazia dos atores sociais. Essa ideia consiste em dizer que os indivíduos e grupos privados são atores fundamentais das Relações Internacionais, pois, por se relacionarem de forma racional e coletiva, a fim de um benefício, eles acabam por moldar a sociedade e a política (SARFATI, 2005).

Nesse contexto, o filme mostra como Mark Zuckerberg (indivíduo) foi responsável, junto aos amigos (cooperação), em criar uma rede social responsável por conectar pessoas á nível global, influenciando seus hábitos e opiniões. Ele consegue inicialmente inserir o Facebook a dois continentes graças ao investimento de Sean Parker, um dos primeiros funcionários do site. Fora dos acontecimentos do filme, um exemplo da influência pela página foi no ano de 2016, em que dados de milhões de usuários foram usados como meio de propaganda política a favor do até então candidato à presidência dos EUA, Donald Trump. Na época, a plataforma social se tornou uma via para a propagação de Fake News (BBC, 2021).

Apesar de “A rede social” ser um filme de 2010, o tema abordado é mais relevante do que nunca, em um momento em que mídias sociais, como o TikTok, são mais acessíveis, e as empresas por trás delas disputam o poder no mundo globalizado.

REFERÊNCIAS:

SARFATI, Gilberto. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.

Como o Facebook mudou a internet, o comércio e até a política. BBC, 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55966587. Acesso em: 20 agos. 2024.