Pedro Paes, acadêmico do 4° semestre de Relações Internacionais

A modelo Iman Abdulmajid nasceu no dia 25 de julho de 1955, em Mogadíscio, Somália. Mohamed é seu nome do meio e ela é filha de um diplomata somali e uma ginecologista. Iman cresceu em um ambiente multicultural, estudando no Egito e mais tarde se mudando para o Quênia. Iman é fluente em diversos idiomas e ela se formou em Ciências Políticas pela Universidade de Nairobi antes de ser descoberta como modelo pelo fotógrafo Peter Beard. Ela não tinha a intenção de se tornar modelo mas Peter acabou convencendo ela, pois ficou impressionado com sua beleza e presença. (UFRGS, 2020)

O início da sua carreira profissional foi marcado por sua mudança para os Estados Unidos, onde Iman rapidamente se destacou no mundo da moda. Seu primeiro grande trabalho como modelo foi para a revista Vogue em 1976, e após isso ela se tornou uma presença constante nas capas das revistas mais prestigiadas do mundo. Ela virou uma inspiração para vários designers famosos, como o Yves Saint Laurent, que até dedicou a coleção “African Queen” a ela. Sua carreira estava decolando e ela começou a explorar outros trabalhos e interpretou pequenos papéis em alguns filmes como “Out of Africa” e “No Way Out”. (UFRGS, 2020.)

Além disso, ao longo de sua carreira, Iman alcançou inúmeros destaques. Além de ser uma supermodelo de sucesso, ela também lançou sua própria linha de cosméticos, Iman Cosmetics, voltada especialmente para mulheres de pele negra. Ela também foi uma figura importante em campanhas de caridade, incluindo o projeto “Keep A Child Alive”, que fornece medicamentos para crianças com HIV/AIDS na África e na Índia. Iman recebeu o Fashion Icon Lifetime Achievement Award do CFDA em 2010 e foi reconhecida como uma das Grandes Imigrantes pela Carnegie Corporation em 2006. Ela também foi homenageada com o BET Honors em 2012 por suas contribuições à moda e filantropia. Em 2019, ela recebeu o Franciscan Spirit Award por seu trabalho humanitário. (WORLDPRESS, 2012)

Iman é uma grande defensora do feminismo, e utiliza sua plataforma para promover a igualdade de gênero e os direitos das mulheres. Ela tem sido uma voz ativa contra a discriminação racial e de gênero na indústria da moda e além. Seu trabalho e influência ajudaram a abrir portas para muitas mulheres de cor no mundo da moda e dos negócios.

Sendo assim, é possível relacionar Iman à teoria feminista de Cynthia Enloe, podemos ver como a trajetória de Iman exemplifica a interseccionalidade, um conceito central na obra de Enloe. Enloe argumenta que as experiências das mulheres são moldadas por múltiplas camadas de identidade, incluindo raça, classe e gênero. A carreira de Iman, marcada por sua identidade somali e americana, e seu ativismo, reflete essa complexidade e a importância de considerar essas interseções na luta pela igualdade de gênero. (ENLOE, 1989)

REFERÊNCIAS

BELEZA: IMAN LANÇA UMA LINHA DE BASES PARA PELES NEGRAS COM 36 TONS DE CORES. WorldPress, 2012. Disponível em https://absurdinhus.wordpress.com/2012/11/16/beleza-iman-lanca-uma-linha-de-bases-para-peles-negras-com-36-tons-de-cores/ Acesso em 23/11/2024

ENLOE, Cynthia. Bananas, Beaches and Bases: Making Feminist Sense of International Politics. 1989.

ENLOE, Cynthia. Maneuvers: The International Politics of Militarizing Women’s Lives. 2000.

Iman Abdulmajid (1955). UFRGS, 2020. Disponível em: https://www.ufrgs.br/africanas/iman-abdulmajid-1955/ Acesso em 23/11/2024