Caio Farias Martins
Heitor Sena Passos
Marcelo Alves
A busca por uma economia mais sustentável alcançou o setor produtivo de diversas empresas ao redor do mundo, produtos passaram a ser moldados considerando a necessidade de preservação ambiental com práticas mais sustentáveis de produção e extração da matéria-prima. Sendo assim, essa abordagem busca alinhar a imagem das empresas às demandas do mercado por responsabilidade ambiental.
Diante disso, como resultado, muitas organizações promovem uma imagem positiva com relação ao meio ambiente, o que pode aumentar a confiança dos consumidores e, consequentemente, os lucros. Assim, diversas empresas tentam mascarar suas ações, criando mentiras sobre o verdadeiro processo de fabricação de seus produtos, prática chamada “greenwashing“, iniciativa que objetiva simular compromissos ambientais para aumentar a arrecadação. (SEBRAE, 2022)
Nessa perspectiva, tal movimento de transição busca alinhar crescimento econômico à preservação ambiental, promovendo soluções que atendam às demandas do mercado global por produtos mais conscientes e ambientalmente responsáveis. Contudo, a efetividade dessas políticas ainda enfrenta barreiras, como desigualdades regionais e desafios na implementação em países em desenvolvimento. (MAGLIO, 1991)
Entretanto, apesar dos benefícios carregados por essa economia, empresas e governos, muitas vezes, promovem discursos ou iniciativas “verdes”, utilizando-os como forma vincular práticas sustentáveis com o próprio. Na realidade e cotidiano tal economia utiliza de diversas práticas nocivas ao meio, assim, “Greenwashing” mina a credibilidade de ações sustentáveis e prejudica consumidores que buscam adotar hábitos mais responsáveis. (TERA AMBIENTAL, 2023)
A teoria de Governança Global de Rosenau, destaca a importância da cooperação entre atores para enfrentar tais desafios transnacionais. Segundo Rosenau (1992), a governança global não depende apenas de instituições formais, mas também da interação entre diferentes níveis de poder, incluindo organizações internacionais, empresas e sociedade civil. Este modelo é fundamental para a promoção da economia verde, pois enfatiza a construção de consensos globais e a articulação de políticas transnacionais.
A aplicação dessa teoria à temática da economia verde reforça a importância de uma governança que promova ações sustentáveis genuínas. A colaboração entre atores estatais e não-estatais pode inibir práticas de greenwashing e fomentar políticas mais inclusivas e efetivas. Assim, a governança global contribui para estruturar um sistema internacional no qual o desenvolvimento econômico esteja alinhado à preservação ambiental, consolidação da economia verde (ROSENAU, 1992).
Nesse ponto, é possível perceber que a construção de uma governança global centrada na sustentabilidade é imperativo. Uma vez que os efeitos da destruição do meio ambiente transcendem fronteiras e afetam todos os setores da sociedade, faz-se necessário estabelecer uma cooperação internacional que reconhece e compartilha da responsabilidade ambiental, envolvendo diferentes níveis de poder para conseguir mudanças efetivas.
Referências:
MAGLIO, Ivan. A política ambiental e o desenvolvimento. Revista CETESB, volume 5, n°1, p. 1-6, São Paulo, 1991.
ROSENAU, James N. Governance without Government: Order and Change in World Politics. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.
SEBRAE. O que é greenwashing?; Veja a importância de evitar práticas de greenwashing. 2022. Disponível em: https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-greenwashing,88eee6c954e24810VgnVCM100000d701210aRCRD Acesso em: 20 de Novembro de 2024
TERA AMBIENTAL. Greenwashing: 4 consequências da prática nas empresas. 2023. Disponível em: https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/as-consequencias-do-greenwashing Acesso em: 27 de Novembro de 2024
