Gabriela Vaz,
acadêmica do 3° semestre de Relações Internacionais

O passaporte musical desta semana é sobre o cantor e compositor brasileiro, Roberto Carlos. Na década de 70, seu estilo musical voltou-se para canções românticas, mas também incluiu músicas de cunho religioso. Ao final dos shows, ele entrega rosas como expressão de gratidão e para fortalecer o vínculo entre os seus fãs.

Roberto Carlos Braga nasceu em 19 de abril de 1941, na cidade de Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo. Na infância, estudou no Conservatório Musical da sua cidade e aos nove anos de idade, cantou em um programa de rádio. Durante a adolescência, mudou-se para o Rio de Janeiro com seus pais e seus três irmãos. Nesse estado, conheceu o cantor Tim Maia, o qual, com também outros integrantes, formou um o grupo de rock, “The Sputniks”. (E-BIOGRAFIA, 2023). O grupo musical participou de várias programas de rádio, no entanto, acabou se desfazendo. (E-BIOGRAFIA, 2023).

Após a desconstrução do conjunto, Roberto começou a cantar sozinho. Foi em várias gravadoras e depois de um tempo, gravou e lançou “Canção do Amor Nenhum” e “Brotinho sem Juízo”. No entanto, seu primeiro grande sucesso foi “Splish Splash” (1963), uma versão em português da música de Bobby Darin.

Líder do movimento cultural jovem guarda – inspirada na música pop e rock -, Roberto Carlos em 1965, fez a estreia do programa “Jovem Guarda”, juntamente com Wanderléa e Erasmo Carlos. Roberto e Erasmo compuseram várias músicas que ganharam notoriedade na época. Na ditadura militar, suas músicas não apresentaram críticas à esse período, diferentemente de outros artistas que utilizaram o âmbito cultural-musical para se expressar e, assim, tornaram-se símbolo de resistência no Brasil.

O considerado “Rei” das músicas românticas ganhou e vem ganhando prêmios, indicações e homenagens. Em 1987, foi homenageado com o tema do enredo “Roberto Carlos na cidade das fantasia” da escola Unidos do Cabuçu. No ano seguinte, foi contemplado com o Grammy Internacional de Melhor Cantor Latinoamericano e em 2005 com o Grammy Latino de Melhor Disco, com o álbum “Pra Sempre Ao Vivo No Pacaembu”. Além disso, Roberto apresenta o especial de fim de ano da rede Globo.

Ao longo de sua carreira, lançou 104 álbuns e singles em idiomas além do português, como em espanhol e italiano. Dentre as suas canções mais conhecidas estão: “Calhambeque” (1964); “Não é papo pra mim” (1965); “Eu te darei o céu” (1966); “Como é grande o meu amor por você” (1967); “Eu Te Amo, Te Amo, Te amo” (1968); “Jesus Cristo” (1970); “Detalhes” (1971); “Amigo” (1977); “Nossa Senhora” (1993); “Esse cara sou eu” (2012).

A relação entre Roberto Carlos e as Relações Internacionais é estabelecida por meio da Teoria Crítica da escola de Frankfurt. Essa teoria aborda as técnicas de dominação da indústria cultural, o que gera uma aceitação do que é apresentado, alienação e “afastam” o pensamento crítico de cada indivíduo. Além disso, também mostra como o capitalismo transformou as pessoas em consumidores passivos e as culturas em mercadorias.

Durante a ditadura militar, Roberto Carlos continuou com suas canções românticas, e essa neutralidade consolidou uma base de fãs composta por diferentes pessoas da sociedade. Logo, sob a ótica da Teoria Crítica da escola de Frankfurt, a repercussão da sua música naquele momento, era um “meio” de alienação ou refúgio para os acontecimentos da época.

REFERÊNCIAS:

ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: Fragmentos filosóficos. São Paulo: Paz e Terra, 1947.

E-BIOGRAFIA. Roberto Carlos. Disponível em: https://www.ebiografia.com/roberto_carlos/. Acesso em: 10 de dez. 2024.

LETRAS. Roberto Carlos. Disponível em: https://www.letras.mus.br/blog/biografia-de-roberto-carlos/. Acesso em: 10 de dez. 2024.

MEMÓRIAS DA DITADURA. Roberto Carlos. Disponível em: https://memoriasdaditadura.org.br/cultura/roberto-carlos/. Acesso em: 10 de dez. 2024.