
Pedro Paes, acadêmico do 5° semestre de Relações Internacionais
Dilma Vana Rousseff nasceu em 14 de Dezembro de 1947 em Belo Horizonte. Ela é filha de um advogado búlgaro e uma professora. Sua carreira politica começou quando a mesma ainda era jovem durante a ditadura militar no Brasil, Dilma se envolveu em movimentos de resistência ao regime militar. Ela fazia parte de grupos de guerrilha urbana de esquerda, incluindo o Comando de Libertação Nacional (Colina). Aos 22 anos, Dilma foi presa durante a ditadura militar em 1970 depois de ser capturada por sua participação em atividades revolucionárias em oposição a ditadura. (NOBRE, 2010)
Dilma ficou presa por 3 anos e sofreu diversos tipos de tortura físicas e psicológicas. Entretanto, ela seguiu com seus ideais mesmo após ser libertada e continuou com sua militância e busca por justiça social, direitos humanos e a construção de um Brasil mais igualitário. Roussef se formou em economia na Universidade Federal de Minas Gerais. Nos anos 90 ela se envolveu com a política institucional ao se filiar ao Partido dos Trabalhadores (PT). Sua carreira no serviço público começou como ministra de Minas e Energia no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2005), e depois assumiu o cargo de ministra da Casa Civil, função que exerceu de 2005 a 2010. (Senado Federal, 2016)
Dilma se destacou muito no cenário nacional pela sua habilidade técnica e pela sua atuação durante o governo Lula, quando assumiu responsabilidades em várias áreas estratégicas, incluindo grandes projetos de infraestrutrura. Como ministra da Casa Civil, sua principal contribuição foi coordenar políticas publicas e articular importantes obras no país. Ademais, ela teve um papel importante em garantir que o Brasil mantivesse seu crescimento econômico durante a crise financeira global de 2008. (Senado Federal, 2016)
Em 2010 Dilma Roussef foi eleita como presidenta do Brasil, sucedendo Luiz Inácio da Silva. Ela foi a primeira mulher a presidir o Brasil e implementou várias políticas sociais no seu governo como ampliar o Bolsa Familia e o programa Minha Casa Minha vida. Dilma manteve o crescimento econômico em seu governo, dando continuidade às políticas adotadas por seu antecessor, Luiz Inácio da Silva. Ademais, o mercado de trabalho continuou a crescer, com a criação de diversos empregos, principalmente no comércio e serviços. A classe média viu um aumento no poder de compra, graças a programas como o Bolsa Família e a valorização do salário mínimo. (Senado Federal, 2016)
Ademais, em 2011 foi criada a Comissão Nacional da Verdade, que tinha como objetivo investigar e esclarecer as graves violações dos direitos humanos cometidas durante a ditadura militar no Brasil. A Comissão é formada por 7 membros e tem uma enorme importância pois fez com que muitas vítimas e suas famílias tivessem acesso à verdade sobre o que aconteceu nos anos de repressão, além de dar visibilidade às histórias de resistência e luta por liberdade. (MONCAU, 2021)
A partir de 2014, o Brasil entrou em uma crise econômica forte, com recessão, inflação alta e o desemprego subindo. Para piorar, o escândalo da Operação Lava Jato envolveu corrupção na Petrobras e atingiu várias pessoas do governo e do PT, deixando o clima político bem tenso. Em 2015, Dilma teve dificuldades para manter o controle, e seu governo foi ficando cada vez mais desgastado. Em 2016, a crise piorou, e ela passou a ser acusada de fazer as “pedaladas fiscais”, um truque para esconder a real situação das contas públicas durante a eleição de 2014. Essas acusações acabaram no impeachment de Dilma, que foi bem polêmico e visto como uma jogada política. Em agosto de 2016, o Congresso aprovou o impeachment, e Dilma foi afastada, sendo substituída pelo vice, Michel Temer.
No governo da Dilma, o Brasil se tornou um membro muito importante dos BRICS, um grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A ideia dela era fortalecer a posição do Brasil no mundo, fazendo novas parcerias e buscando mais influência, especialmente em áreas como a reforma das instituições financeiras globais. O Brasil teve um papel bem relevante na criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o “banco dos BRICS”, que mostrou a ideia de dar mais destaque pro Brasil num cenário internacional e dar mais poder pras economias em crescimento. Em 2023, Dilma Rousseff se tornou presidente do Banco de Desenvolvimento do BRICS. Nesse cargo, ela lidera a instituição financeira que tem como objetivo fortalecer a cooperação econômica entre os países do BRICS, apoiando projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. (BISCHOFF, 2025)
Portanto, é possível analisar as atitudes de Dilma Rousseff através dos autores Robert Keohane e Joseph Nye e sua teoria da Interdependência Complexa. Eles defendem que os países não são os únicos atores importantes nas relações internacionais e que as interações entre eles vão além da simples disputa por poder. Durante o governo Dilma, o Brasil se aproximou de outras economias em crescimento, principalmente no contexto dos BRICS, e tentou criar novas instituições multilaterais, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Isso mostra que o Brasil tentava aumentar sua influência no mundo e focava mais na cooperação entre os países. (KEOHANE, NYE, 1977)
Referências
BISCHOFF, Wesley. Dilma Rousseff toma posse como presidente do banco dos Brics. g1, 13 de Abril de 2023. Acesso em: https://g1.globo.com/google/amp/politica/noticia/2023/04/13/dilma-toma-posse-como-presidente-do-banco-do-brics.ghtml Acesso em 01/02/2025
Dilma Rousseff: a primeira mulher a presidir o Brasil. Senado Federal, 29 de setembro de 2016. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/08/29/dilma-rousseff-a-primeira-mulher-a-presidir-o-brasil Acesso em 01/02/2025
Keohane, R. O.; Nye, J. S. Power and Interdependence: World Politics in Transition. 4. ed. Boston: Longman, 2012. ISBN: 978-0-205-08291-9.
MONCAU, Gabriela. Comissão da Verdade 10 anos: “Importante lembrar o que é regime de exceção”, diz Dilma Rousseff. BDF, 18 nov 2021. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2021/11/18/comissao-da-verdade-10-anos-importante-lembrar-o-que-e-regime-de-excecao-diz-dilma-rousseff Acesso em 01/02/2025
NOBRE, Noeli. Conheça a biografia de Dilma Rousseff, a primeira mulher na Presidência da República. Câmara dos deputados, 31 dezembro de 2010 Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/208537-conheca-a-biografia-de-dilma-rousseff-a-primeira-mulher-na-presidencia-da-republica/ Acesso em 01/02/2025
