
Renata Oliveira- Acadêmica do 2° semestre de Relações Internacionais da UNAMA
As Guerras da Indochina representaram um prolongado conflito de descolonização que envolveu principalmente o Vietnã, caracterizando-se pela transição de uma luta contra o domínio colonial francês para um embate no contexto da Guerra Fria (BRITANNICA, 2025). Este processo histórico combinou elementos de guerrilha, operações convencionais e intervenção estrangeira deixando impactos profundos na região (SILVA, 2020).
O cenário inicial remonta à Segunda Guerra Mundial, quando a administração francesa permitiu a presença militar japonesa na Indochina. Em 1941, Ho Chi Minh fundou a Liga para a Independência do Vietnã (Viet Minh), movimento que após a rendição japonesa em 1945, proclamou a República Democrática do Vietnã. Contudo a França buscou restaurar seu controle colonial, reassumindo o poder no Sul com apoio britânico (BRITANNICA, 2025).
A Primeira Guerra da Indochina (1946–1954) iniciou-se com o bombardeio francês a Haiphong em novembro de 1946 (BRITANNICA, 2025). O Viet Minh, sob comando de Vo Nguyen Giap, adotou uma estratégia de guerrilha e guerra prolongada, evitando confrontos diretos (SILVA, 2020). O triunfo da Revolução Chinesa em 1949 fortaleceu militarmente o Viet Minh, culminando na Batalha de Dien Bien Phu em 1954, que resultou em decisiva derrota francesa (BRITANNICA, 2025).
Os Acordos de Genebra de 1954 estabeleceram a divisão temporária do Vietnã no paralelo 17 (CNN, 2025). O Norte organizou-se como Estado socialista, enquanto o Sul constituiu um governo anticomunista apoiado pelos Estados Unidos. A resistência em realizar eleições de reunificação e medidas autoritárias favoreceram o surgimento da Frente de Libertação Nacional (Viet Cong), reiniciando o conflito armado (BRITANNICA, 2025).
O envolvimento norte-americano intensificou-se progressivamente, evoluindo de conselheiros militares para o envio de centenas de milhares de soldados (BRITANNICA, 2025). Operações como o bombardeio do Vietnã do Norte e a Ofensiva do Tet em 1968 demonstraram a capacidade de resistência das forças revolucionárias, minando o apoio interno à intervenção estrangeira (CNN, 2025).
A política de “vietnamização” implementada pelo governo Nixon transferiu o peso dos combates para as forças sul-vietnamitas, mas não conteve o avanço norte-vietnamita. Em 1975, a queda de Saigon marcou o fim do conflito e a reunificação do Vietnã sob administração comunista (BRITANNICA, 2025).
Em conclusão, as Guerras da Indochina representam um episódio transformador na história das relações internacionais contemporâneas revelando a complexidade dos processos de descolonização e as tensões ideológicas que marcaram a Guerra Fria.
REFERÊNCIAS
TURLEY William. BRITANNICA. Disponível em: https://www.britannica.com/place/Vietnam/World-War-II-and-independence#ref510005. Acesso em: 17 de out.2025.
SILVA, Flávio. GUERRA DO VIETNÃ: Análise dos aspectos operacionais, da opinião pública e da mídia e suas consequências 2020. Disponível em: https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/7901/1/7138%20No%cc%81brega.pdf. Acesso em: 17 de out.2025.
CNN. Disponível em: https://edition.cnn.com/2013/07/01/world/vietnam-war-fast-facts. Acesso em: 14 de out.2025.
